quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Governos, Governos e Governos: cada qual no seu galho e ninguém me chateie

Salut!

Ora bem vejamos isso! Não gosto muito de me meter na sardinha assada pelo vizinho mas quando tenho roupa molhada no varal a coisa muda de figura. Pois bem, tenho roupa lá fora e preciso reclamar. Podem dizer, por paz e sussego, o que se passa ness mundo? Toda gente bebeu ou o globo é que anda embriagado?

O meu problema é de larga escala. Começa com a falta de senso dos produtores culturais e dos diretores de mídia que governam os gostos de umamaioria alienada que, muitas vezes, se deixa contaminar com a facilidade estética das pilulas de divertimento instantâneo. Passa pela autocentrista autoridade patriacal que descansa sua mão dominadora e repressiva fazendo de pais carrascos de um sistema já a muito falido e agonizante e transforma homens inaptos em governantes de originador núcleo da sociedade que chamamo s de família. Desesperados, todos, e despreparados, castram aqueles que estão aos seus cuidados ao invés de gerenciar com sábia democracia e consulta.

E chega à estação da esfera pública qua conhecemos pelo nome de política onde cada qual decide que o seu jeito particular de administrar o que é de todo o povo é o jeito mais acertado, no entanto esse cada qual é constituido por uma pequena minoria que deveria agir como empregada do restante mas age como se chefiasse um matadouro, e o gado vai, e o governo abate.

Governos, governos e governos, é isso que existe. Governos de inocentes, de burros e loucos. Não importa em que formato venham são só instituíções organizadas para beneficiar aqueles que podendo pagam as suas contas, pagam, e aqueles, que não podendo, se esforçam para tal, e, como qualquer instituíção mundana são constituídos de seres humanos.

Homens! É só isso que os governantes são, homens comuns e mortais como qualquel dos outros que não tenham a ilusão que denominamos de poder. Porque, senhores, poder de verdade é destinado aos deuses, reais ou mitológicos (e no caso destes últimos é apenas o poder de algo cientificamente explicável que em tempos idos não se sabia arrazoar sobre a matéria).

Governos e só! Governos que loucamente desestabilizam o que poderia ser tão simples, orgânico e natural. Governos supostamente deveriam levar aqueles a que submetem à felicidade e bem-estar geral mas só encaminham a todos direto à estrada que leva à perdição, sufocam a voz de cada um e matam qalquer volição contrária aos sentados no poder. Pais se declaram presidentes de nações sufocadas pelo uso abusivo do poder. Presidentes se declaram pais de familías inteiras castradas em seus desejos, visões e reais necessidades.

Nada está como deveria, nada funciona de verdade. Vivenos numa sociedade desgastada pelos tantos sistemas e governos que já passaram que fazem todos parte do mesmo sistema: o erro comum a toda humanidade da dar às pessoas erradas o controle de suas vidas, o controle de sua alma, o controle sobre os seus sonhos e aspirações, simplesmente dar o controle. O erro é mais profundo porque poucos são aqueles que sabem controlar já que poucos conseguem controlar suas próprias pessoas.

Governos são falhos, governantes são falhos e as pessoas que se deixam levam por ambos (sem nem ao menos se questionar se estão indo pelo caminho correto ou se estão indo para o abate certo) tamém são falhos. Por isso, se me perguntarem acerca de poder, autoridade e governos, por favor, não se ofendam se eu dissem em bom português: "Cada macaco no seu galho e me deixem descansar!"

A tout a l'houre!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Imbecilidades juvenis: retratos transatlânticos


Salut!

Não sou muito do tipo que guarda as opiniões que tem, por isso vou falar o que penso das asneiras que vejo no quadrado que chamamos de televisão. A tolice das vez é destinada aos jovens (sempre esses, tão mentalmente desestruturados que não reconhecem um engodo nem que este tivesse um cartaz com o nome escrito).

O assunto é "Malhação" e "Morangos com açúcar", produtos do Brasil e de Portugal respectivamente, alienam o conceito do que é a vida e seus valores. Retratam jovens pré-adolescentes e adolescentes com mentes desocupadas, corações instáveis e corpos volúveis. De certa forma incentivam um viver despeocupado, concentrado no aqui e agora, não dando chance para a construção sólida de um futuro baseado e sábias escolhas.

Com a desculpa de proporcionar momentos de descontração e passar mensagens construtivas aos 'em formação mental' tais novelas (que mais parecem trilogias infinitas de alienação) propagam a vaidade, o materialismo, a promiscuidade, a ganância, a objetificação, a trapaça e a displicencia como comuns e normais à idade. Não digo que propriamente incentivem tais comportamentos mas não ajudam muito a revelar as reais consequências de serem praticados.

Até quando resolvem colocar jovens personagens que trabalham e levam uma 'vida responsável' estes demonstram imaturidade e o trabalho em si é apresentado como um mero passatempo, uma atividade secundária e quase sem importância. Não que eu queira ver sofrimento estampado na cara das personagens que trabalham meio período para ajudar a família mas a postura dos jovens trabalhadores perante o trabalho, os patrões e o ambiente de trabalho é, no mínimo, muito mal preparada pela equipe criadores do ditos programas, falta a representação de uma real atitude de senso de responsabilidade e profundidade na apresentação das discussões.

Não podemos esperar, é lógico, que todos os temas que surgem nessas obras ficcionais sejam igualmente bom tratados pelos roteiristas e bem apresentados pelos diretores e representados pelos atores. Sei bem que o papel primeiro da televisão não é educar ningém mas se ale se propõe a isso que cumpra bem o seu papel e se responsabilize pelas 'aulas' que dá por ai, e olha que a responsabilidade não é pouca, tanto "Malhação" quanto "Morangos com açúcar" têm milhares de alunos ao redor do mundo. Cabe aos seus criadores realizarem o impacto que seus trabalhos causam ao redor do mundo, visto que os dois são exibidos não só pelos seus países de origem mas também em outras terras e aquilo que eles retratam retrata também o estilo de vida de suas nações, responsabilidade dobrada. Vamos ver isso direito gente!

A tout a l'houre!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Planeta Pornográfico

Salut!

Viver nesse mundo é um ato de coragem, uma verdadeira prova e resistência de estômagos e nervos. Vivemos sim, senhores, num planeta pornográfico!

Ao ligar a televisão nos deparamos com a crueza do mundo, os telejornas nada trazem de positivo, é só crise financeira, assassinatos, desastres naturais, corrupção e decadência moral. Falando em decadência moral, não precisa ir muito longe, basta trocar de cana e lá está ela, convidativa e desesperada para levar mais um para a cama.

São séries que retratam a vida futil e depravada de jovens mais preocupados com o prazer imediato do que com a própria reputação, onde até os adultos alinham com esse tipo de comportamento. E não pára, outras séries, iteligentemente retratam outra dura realidade, a realidade decadente da criminosa vida que nos cerca: assassinatos fúteis, estupros selvagens, furtos roubos, assaltos terroristas, sequestros hediondos, torturas da pior espécie, crimes movidos pela loucura e total falta de humanidade.

E a banda continua, porque esse planeta pornográfico não pára de arrastar mais mentes perturbadas nem por um instante. Filmes, às centenas (e porque não dizer milhares) incitam o comportamento despudorado dos humanóides alienados do conceito de decência. Aliás existem até várias indústrias especializadas em potencializar o desavergonhamento das fantasias mais baixas dos famintos de prazeres carnais. Certa rede de televisão brasileira exibe todas as sextas à noite um desses infames produtos. E para quem ainda tem dúvidas, sim, eu estou falando de filmes eróticos.

São os filmes e as revistas. Alguém já parou para contar quantas dessas existem nesse mundo pornográfico? Nem vale a pena perder tempo com isso é só ter em conta que a principal do mercado tem quase o domínio todo do globo. Muito coelho até se esconde de vergonha de ser confundido.

Tanto estímulo nas zonas erógenas da visão afetam até op juízo daqueles que querem encontrar o verdadeiro amor. Confundem eiras com beiras e acabam por se iludirem com idealizações forjadas pelos "holywoods" da vida. Toda mulher boa para casar tem de vir equipada das medidas 90-60-90, cabelos longos e brilhantes e roupas reveladoras; e homem bom mesmo é aquele cujos predicados incluem biceps, tripeps, peitoral, abdomém e panturrilhas bem malhadas, sorriso de comercial de pasta de dentes, uma gorda conta bancária e tudo isso, de preferência, sem camisa.

Sim, sim, planeta pornô esse o nosso. Com tantas especificações que exigimos do candidato a 'bem amado' esquecemos que o candidato é só um ser humano como nós e tem falhas, mesmo que não sejam físicas são de caráter. Aí as pessoas se casam com outras "perfeitas", o tempo passa, surgem as imperfeições, brigas irrompem, o mundo se acaba e chega o divórcio.

A coisa é tão preocupante que até em jornais especialistas na área revelam seus receios com o descso juvenil diante a instituição do casamento: é um casa-separa sem fim. Casa, usa e abusa, separa; casa de novo, lambuza-se, separa; e ainda outra vez, suga até o tutano, e separa para começar a dança novamente. E a indecência ri, afinal o planeta é todo dela.

E se se pensa que se fica por ai está-se redondamente enganado. Nosso planetinho safado tem mais a oferecer aos seus homo sapiens, doenças de primeira qualidade. Quem nunca ouviu falar que desgraça nunca anda sozinha porque tem medo da solidão por isso recruta mais confusão. Pois o 'porno planet' que vivemos é doente da cabeça e quer companhia no hospício.

Mesmo que sejam bem perigosas e, muitas vezes letais, não é de doenças sexualmente transmissíveis que eu me referi. Sífilis, aids/sida, gonorréia podem ser evitadas usando camisinha e tratadas com medicação. O buraco é mais profundo, falo das coisas que confundem a razão, das doenças mentais.

Vamos às parafilias! Parafilias são aquelas doenças esquisitas do tipo "eu gosto de apanhar" (masoquismo), "eu gosto de bater" (sadismo), "me amarro num pé" (fetiche), "gosto de escravizar" (dominatrix), "só sinto prazer se você ficar bem quieta" (necrofilia) e por ai vai... Bem, termos esclarecidos, vamos em frente...

As parafilias são claras demostração de como vivemos num mundo bem doente e de como a pornogrfia desse mundo caótico causa perturbações nas cabeças desocupadas dos seus habitantes nada racionais, por vezes. Objetificação e materialismo de abuso são as consequencias de continuarmos a nos comportar como irracionais animais no cio e deixar que esse mundo seja mesmo um grande planeta pornográfico.

A tout a l'houre!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um filme muito amigo


Salut!
Vamos falar de filmes marcantes. Esse eu fui buscar no baú mas falo na mesma porque gosto muito: Filadélfia. As novas gerações e as antigas que não conhecem esse filme tratem de resolver essa falha na sua bagagem filmográfica, por favor, porque essa película exala arte e sensibilidade. Não vou contar muito da história, prefiro que descubram isso sozinhos, mas vou falar sobre os sentimentos que ela desperta.

Antes de mais nada quero deixar bem claro que eu não sou uma crítica de filmes, muito menos de arte. Entretanto acredito que, tendo sensibilidade e conhecimento, posso muito bem tecer alguns comentários sobre as artes que vejo e me comovem.

Filadélfia é um filme indescutivelmente marcante, quem viu sabe do que eu falo e entende a comoção que causa o personagem vivido por Tom Hanks e a honestidade que transparece de Denzel Washington, dois atores extraordinários que defloram emoções intensas e polêmicas. Polêmicos também são os temas abordados no longa-metragem, aids, homossexualismo, ética trabalhista, precoceito sexual e racial, aceitação familiar de diferenças.

Tantas pautas representadas em cenas de apertar o coração a dar um nó na boca do estômago. Uma dessas cenas se não arranca prantos ao menos libera suspiros quando Andrew Beckett (Tom Hanks) apresenta a Joe Miller (Denzel Washington) a voz profunda de Maria Callas. Outra tensa e incrível ambientada numa biblioteca desperta compaixão pela situação dos personagens. Outra, Miguel Alvare (Antonio Bandeiras) desesperado no hospital. Mais outra, constrangedoramente verdadeira, quando Andrew pede ajuda a Joe em seu escritóriio de advocacia. E ainda outra na casa da família de Andrew, linda e comovente.

São cenas que transformam o filme inteiro num turbilhão bem equilibrado de emoções e mensagens claras o diretor (Jonathan Demme) passou aquilo que queria, uma história de amor, aceitação e respeito, de forma meticulosamente orquestrada. Ao fazê-lo, transforma atores cenários e músicas em instrumentosnafinados com os temas e executados com destreza.

Sim, Filadélfia apaixona, encanta, envolve e faz raciocinar sobre como evemos encarar a vida e seus intepéries. Tudo em sincronia.

E a música tema é perfeita ("The streets of Philadelfia" de Bruce Sringsteen). Ela age como um outro personagem, um personagem que fica velando pelos outros, aconchegando suas dores, embalando seus corações e nos fazendo entrar ainda mais nas vidas dos outros pesonagens, chorandopor eles e por nós.
Filadélfia simplesmente.

A tout a l'houre!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Celestes, sexys e poderosas


Salut!

Hoje estava olhando para o céu e pensando que Deus é um senhor mesmo muito paciente, um cara tranquilo e que eu não tolerava nem um milésimo do que ele tolera. Além de pensar em Deus também pensei em todos os anjos que vivemm lá com Ele e em como eles também são zens. O motivo por eu ter pensado tanto nos céus é porque a AXE não me deixa esquecer do assunto.

Quem tem televisão, e usa, provavelmente já deve ter visto um certo comercial da marca de desodorante AXE Excite onde anjos caem literalmente do céu. O motivo? Um certo rapaz que usava o dito desodorante. Até ai nada de mais, é só mais um entre muitos comerciais apelativos que pode ser considerado de muito mau gosto por alguns, o problema é a polêmica que se instaurou nos fóruns da internet por causa do comercial.

Gente de todo o tipo resolveu falar sobre a coisa e tranformou um simples artifício de venda num bode expiatório. Num dos fóruns, um homem foi no no âmago da questão, disse que o problema era de fé e deu um exemplo louco, uma idéia de fazer mulheres de burca correr atrás de um carinha de Maomé, hiláriao mas não acredito que um islâmico pensaria o mesmo.

Bem, como sou jornalista e por extensão uma comunicadora e lamentavelmente tenho que assumir que os meus colegas comunicadores às vezes estrapolam certos limites para conseguir alcançar êxito nas vendas dos produtos que são contratados para promover. Tenho que reconhecer que a idéia dos produtores desse comercial é estupenda mas um pouco agressiva para alguns que não têm uma visão mais liberta dos ensinamentos religiosos. Ter sensibilidade na hora de escolher uma idéia publicitária também faz parte do serviço do comunicador. Apesar de tudo é uma boa peça publicitária digna de ser nomeada em premiações.

Para fazer o comercial tão polêmico, nomeado “The Fall (Angels)” (A queda – Anjos), foram contratados a produtora MJZ (renomeada mundialmente), a BBH (agência inglesa também reconhecida no globo), o dicetor Rupert Sanders, o especilista em efeitos especiais Cedric Nicolas (de "Piratas do Caribe" e "O Chamado") e outras mais de 40 pessoas, entre elas os dublês das modelos contratadas para representarem os anjos sensualmente caídos. Os Anjos são as modelos Magda Klebanska (polonesa), Sara Sampaio (portuguesa), Josipa Jankovic, Josipa Ivanovic e Iva Grdic (crotas) e Betty Adewole e Frances Phillips (inglesas), representadas pela Storm Models (uma das melhores agências do ramo). Já para representar o homem que tem o poder de fazer até anjos cairem só com o cheiro foi chamado o ator Domenico Clores. As imagens foram filmadas na cidade de Split, Croácia, e foi fechada uma das principais praças do centro histórico para as rodagem das filmagens.

Vale a pena ver os anjos cairem. Polêmicas à parte é uma boa peça publicitária e propensa obra de arte.

A tout l'houre!

Desgraças, música despida, dança envergonhada...

Salut!

Cada dia tem a sua própria desgraça, vamos nos concentrar na desgraça de hoje. É disso que quero falar, das desgraças que acontecem nas histórias das nossas múltiplas culturas. Vamos começar pela desgraça que assola a música internacional. Podem me explicar o que acontece com os músicos de hoje?

O que se vê é uma supervalorização do ritmo, deixando a melodia à margem, servindo como mera coadjuvante, empobrecendo a musica (desvolorizando-a como obra artística) e uniformizando a identidade musical de cada vocalista. Esse padrão na elaboração dos álbuns tem trasformado os cantores em personagens secundários do ritmo (novo adorado pelos produtores musicais que geralmente estão mais preocupados com os cofres do que com a qualidade do que vendem). Além disso cantores de todo mundo seguem o padrão "imagem sensual-voz razoável-dancinha animadinha", viraram meros animadores de platéias alienadas em espatáculos frenéticos. Lamentável!

Mas, como eu disse, cada dia tem a sua própria desgraça... Na música internacional é assim que as coisas funcionam, até vocalistas de qualidade (cito Beyoncé, Shakira, Eminem, Justin Timberlake e, porque não, Britney Spears) que poderiam deixar sobressair suas vozes resolveram apelar para a formulazinha fácil de sucesso. Não sou contra a dança, nem contra o uso do corpo para expressão da arte (o teatro, por exemplo nem existiria sem o uso da expressão física) mas sou contra o uso do corpo para atrair a atenção dos apreciadores a temas menos artísticos e nobres.

Agora vamos aos trópicos. Não quero depreciar os ritmos tropicais mas muito da hipervalorização do ritmo se deve a eles. Se eu estivesse no Brasil chamaria a coisa toda de bundalização" mas como eu estou em Angola o termo fica assim "rabada". Muita rabada aqui desse lado do Atlântico da mesma forma que na outra margem tem bundada até dizer basta, e, às vezes, nem assim a coisa pára. Gente de Deus! Quem foi que disse que música tem que estar sempre acomanhada de sacolego de quadril? E quem fio que alou que para se dançar tem que se estar quase nu? Não é à toa que os "senhores no Norte" dizem que as "senhoras do Sul" são muito dadas...

Amo de paixão os ritmos mais calientes que os "senhores do Sul" tocam e que as senhoras do Sul dançam tão bem contudo algumas delas exageram e transformam o que poderia ser uma linda dança numa mensagem convidativa e pouco lícita aos menos providos de resistência aos apelos da força da natureza. Dançar é bom mas vamos ver como se dança...

A tout a l'heure!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Viver em Luanda

Salut!

Embora seja a capital de um país a cidade deLuanda não é um lugar fácil de estar. Luanda combina história, contemporaneidade, simplicidade, riqueza, pobreza, ostenação, caos e grandiosidade. É uma cidade a descobrir.

Ao andar por suas confusas ruas percebemos que se trata de uma cidade em construção, um canteiro de obras gigante com grandes sonhos e aspirações de se tornar mais do que umacidade moderna. Quer ser uma metrópole, digna de ser chamada capital. Quer condizer com a riqueza que se abriga no subsolo de sua nação. Quer ser mais do que é. Quer evoluir para impressionar os que a visitam. Quer espalhar a imagem que seus governantes vendem. Quer alcançar os céus e ser babel como tantas outras já o são.

Mas viver em costrução não é fácil, pelo contrário, é incómodo e cansativo. A beleza de seus painéis iluminados durante a noite é conseguida às custas de desvios tortuantes nos passeios de seus prédios modernos e recém-construídos. As fachadas espelhadas não escondemas camadas sem fim de areia que acumula nas vis lotadas de carros grandes demais para o tamanho da cidade.

Sim, Luande é grande, mas só em vontades e anseios, ainda não cresceu o suficiente para a ânsia de seus habitantes. O pouco espaço de circulação motorizada é constante motivo de lamento, bem como a falta de espaço de parqueamento. Muito carro e muito poucas vagas, prova de que o consumismo atinge qualquer lugar onde a tecnologia se apresente. Muito carro, mas poucos coletivos, poucos coletivos e de muito pouca qualidade.

A cidade quer crescer mas ainda não sabe como, não conhece os passos que levam uma pequena capital de ex-colónia a uma ser uma metrópole nacional, arranha-céus apenas elevam a cidade, fazendo fugir do chão os problemas cotidianos e os levam para o cimo das edificações, puro crescimento físico vertical. Crescer em altitute, embora requeira certo nível de inteligência e boa quantia monetária não é grande mérito, há de se crescer em outros sentidos para conseguir real reconhecimento. Há de se crescer.

Por ora é só.
A tout a l'heure!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Países, culturas e famílias

Salut!

Bem, é o seguinte: aqui estou eu, sentada confortavelmente, escutando "Now and Forever" de Jimmy Cliff, lembando da minha mãe que está longe, no Brasil, fazendo o doutorado dela em Antropologia na 'cidade maravilhosa'. Óbvio que não estou ao prantos (embora o ritmo lento e a melodia melosa incentivem essa comoção), tenho 27 anos, não sou nenhuma criança.

Ora bem, permitam que eu me apresente. Meu nome é Filipa Vanessa Noura e Castro, nasci em Belém, Lisboa, Portugal. Na terrinha vivi na Reboleira (minha primeira morada), em Carnaxide, em Paço d'Arcos. Depois mudei, fui para a Suíça (terra do meu papi cherrie, o marido de olhos verdes da minha mãe) e, mais tarde, depois de uma breve passagem na Espanha, fui para o Brasil.

Foi nesse país continente que eu passei grande parte da minha vida, dezoito longos e bons anos vivendo no Nordeste, mais especificamente no histórico estado de Pernambuco, na região metropolitana da cidade do Recife, a capital do dito estado (e, em tempos, a mais importante cidade do país). O lugarzinho que me abrigou foi o município da cidade do Paulista, ou só Paulista mesmo. Sendo mais precisa foi o bairro de Pau Amarelo ou o bairro de Nossa Senhora do Ó (ainda não estou certa quanto ao assunto, muita coisa está em jogo, território e piadas de mau gosto - melhor contar depois). Só posso dizer uma coisa sem medo de errar: eita lugar bom para se morar!

OK! OK! O leitor já deve estar a se perguntar: "como danado uma portuguesa educada no Brasil por um suíço foi parar em Angola?" A respostaé simples "Família, gente! Família" Já explico (ou pelo menos tento explicar a história) mas sem muitos detalhes certo' isso deixamos para mais tarde, por ora a coisa vai toda resumida.

Minha mãe e o meu pai biológico são nascidos em Angola. Pronto, 'tá pronta a salsada. Do menu internacional só falta a ementa da Ásia para completar o cortejo. Mas, quem sabe?, talvez eu chegue lá, se bem que eu não me vejo casada com um chinês, ou um japonês, ou ainda um tailandês, ou quem sabe, talvez, um coreano. Não, não, prefiro um tipão indiano como Hrithik Roshan - ai, ai, eita nóis, homem abençoado de Deus - quem nunca viu o carinha perde admirar um belo exemplar humano e não me referiro só à beleza do corpo mas da beleza que emana dos olhos, uma doçura que cativa.

Sou do tipo que fica comovida com doçuras e beleza. Talvez seja por isso que eu gosto tanto de arte e a aprecio inestimavelmente, a arte é um consolo para o coração, qualquer coisa que acalenta a alma e dá frescor às vistas. Por isso sempre tento manter uma bela música na cabeça para embalar o meu dia, tenho também um quadro que, decerta forma, me trás consolo e inspiração, e também conservo outras lembranças artísticas como construções, filmes, séries e poesias.

A música que me tem acompanhado por bons meses é "Wonderfull Tonight" de Eric Clapton, é uma música linda, romântica e de grande valor sentimental para mim, simplesmente perfeita. O quadro da vez é o "Penitência de Madalena" de Caravaggio, tanto o tema quanto os gráficos da pintura comovem e chamam o coração à angustia e a mente à contemplação, são tons neutros e ao mesmo tempo sombrios e depressivos que convidam à introspecção. Quanto à construção, tenho pensado muito nas construções góticas da antiga Europa, não sei bem qual o motivo, talvez seja o formato ogival tão marcante que reflete exatamente o tamanho da minha aguda dor pela distância de tudo o que eu conhecia e estimava.

Filmes, tenho centenas espalhados pelo cérebro, alguas dezenas muito estimados no coração mas apenas um amado e gravado na alma "E o vento levou..." Mas, por favor, não me façam explicar os motivos da minha paixao por essa história entre Katie Scarlet O'Hara e Rett Butler, uma história de intenso, sincero e orgulhoso amor tão penoso e enterrado pela arrogância que arrancou do meu profundo eu o caixão dos sentimentos escondidos e os deixou espostos para quem tivesse coragem de os mirar. Lindo e inesquecível filme!

Quanto a séries não há ainda muito que dizer. Continuo encantada com 'Desperate Housewives', 'Grey's Anathomy' e 'Privet Practice' e recentemente descobri a leve história 'Legend of the Seeker' (descobri em reprises, prova de que nunca é tarde para se descobrir histórias que passaram).

Podia falar das poesias mas deixa para outra ocasião, um dia em que eu queira falar só nisso. Por agora falei tudo o que eu queria.

A tout a l'heure!