sábado, 12 de fevereiro de 2011

Desgraças, música despida, dança envergonhada...

Salut!

Cada dia tem a sua própria desgraça, vamos nos concentrar na desgraça de hoje. É disso que quero falar, das desgraças que acontecem nas histórias das nossas múltiplas culturas. Vamos começar pela desgraça que assola a música internacional. Podem me explicar o que acontece com os músicos de hoje?

O que se vê é uma supervalorização do ritmo, deixando a melodia à margem, servindo como mera coadjuvante, empobrecendo a musica (desvolorizando-a como obra artística) e uniformizando a identidade musical de cada vocalista. Esse padrão na elaboração dos álbuns tem trasformado os cantores em personagens secundários do ritmo (novo adorado pelos produtores musicais que geralmente estão mais preocupados com os cofres do que com a qualidade do que vendem). Além disso cantores de todo mundo seguem o padrão "imagem sensual-voz razoável-dancinha animadinha", viraram meros animadores de platéias alienadas em espatáculos frenéticos. Lamentável!

Mas, como eu disse, cada dia tem a sua própria desgraça... Na música internacional é assim que as coisas funcionam, até vocalistas de qualidade (cito Beyoncé, Shakira, Eminem, Justin Timberlake e, porque não, Britney Spears) que poderiam deixar sobressair suas vozes resolveram apelar para a formulazinha fácil de sucesso. Não sou contra a dança, nem contra o uso do corpo para expressão da arte (o teatro, por exemplo nem existiria sem o uso da expressão física) mas sou contra o uso do corpo para atrair a atenção dos apreciadores a temas menos artísticos e nobres.

Agora vamos aos trópicos. Não quero depreciar os ritmos tropicais mas muito da hipervalorização do ritmo se deve a eles. Se eu estivesse no Brasil chamaria a coisa toda de bundalização" mas como eu estou em Angola o termo fica assim "rabada". Muita rabada aqui desse lado do Atlântico da mesma forma que na outra margem tem bundada até dizer basta, e, às vezes, nem assim a coisa pára. Gente de Deus! Quem foi que disse que música tem que estar sempre acomanhada de sacolego de quadril? E quem fio que alou que para se dançar tem que se estar quase nu? Não é à toa que os "senhores no Norte" dizem que as "senhoras do Sul" são muito dadas...

Amo de paixão os ritmos mais calientes que os "senhores do Sul" tocam e que as senhoras do Sul dançam tão bem contudo algumas delas exageram e transformam o que poderia ser uma linda dança numa mensagem convidativa e pouco lícita aos menos providos de resistência aos apelos da força da natureza. Dançar é bom mas vamos ver como se dança...

A tout a l'heure!

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