sábado, 26 de fevereiro de 2011

Planeta Pornográfico

Salut!

Viver nesse mundo é um ato de coragem, uma verdadeira prova e resistência de estômagos e nervos. Vivemos sim, senhores, num planeta pornográfico!

Ao ligar a televisão nos deparamos com a crueza do mundo, os telejornas nada trazem de positivo, é só crise financeira, assassinatos, desastres naturais, corrupção e decadência moral. Falando em decadência moral, não precisa ir muito longe, basta trocar de cana e lá está ela, convidativa e desesperada para levar mais um para a cama.

São séries que retratam a vida futil e depravada de jovens mais preocupados com o prazer imediato do que com a própria reputação, onde até os adultos alinham com esse tipo de comportamento. E não pára, outras séries, iteligentemente retratam outra dura realidade, a realidade decadente da criminosa vida que nos cerca: assassinatos fúteis, estupros selvagens, furtos roubos, assaltos terroristas, sequestros hediondos, torturas da pior espécie, crimes movidos pela loucura e total falta de humanidade.

E a banda continua, porque esse planeta pornográfico não pára de arrastar mais mentes perturbadas nem por um instante. Filmes, às centenas (e porque não dizer milhares) incitam o comportamento despudorado dos humanóides alienados do conceito de decência. Aliás existem até várias indústrias especializadas em potencializar o desavergonhamento das fantasias mais baixas dos famintos de prazeres carnais. Certa rede de televisão brasileira exibe todas as sextas à noite um desses infames produtos. E para quem ainda tem dúvidas, sim, eu estou falando de filmes eróticos.

São os filmes e as revistas. Alguém já parou para contar quantas dessas existem nesse mundo pornográfico? Nem vale a pena perder tempo com isso é só ter em conta que a principal do mercado tem quase o domínio todo do globo. Muito coelho até se esconde de vergonha de ser confundido.

Tanto estímulo nas zonas erógenas da visão afetam até op juízo daqueles que querem encontrar o verdadeiro amor. Confundem eiras com beiras e acabam por se iludirem com idealizações forjadas pelos "holywoods" da vida. Toda mulher boa para casar tem de vir equipada das medidas 90-60-90, cabelos longos e brilhantes e roupas reveladoras; e homem bom mesmo é aquele cujos predicados incluem biceps, tripeps, peitoral, abdomém e panturrilhas bem malhadas, sorriso de comercial de pasta de dentes, uma gorda conta bancária e tudo isso, de preferência, sem camisa.

Sim, sim, planeta pornô esse o nosso. Com tantas especificações que exigimos do candidato a 'bem amado' esquecemos que o candidato é só um ser humano como nós e tem falhas, mesmo que não sejam físicas são de caráter. Aí as pessoas se casam com outras "perfeitas", o tempo passa, surgem as imperfeições, brigas irrompem, o mundo se acaba e chega o divórcio.

A coisa é tão preocupante que até em jornais especialistas na área revelam seus receios com o descso juvenil diante a instituição do casamento: é um casa-separa sem fim. Casa, usa e abusa, separa; casa de novo, lambuza-se, separa; e ainda outra vez, suga até o tutano, e separa para começar a dança novamente. E a indecência ri, afinal o planeta é todo dela.

E se se pensa que se fica por ai está-se redondamente enganado. Nosso planetinho safado tem mais a oferecer aos seus homo sapiens, doenças de primeira qualidade. Quem nunca ouviu falar que desgraça nunca anda sozinha porque tem medo da solidão por isso recruta mais confusão. Pois o 'porno planet' que vivemos é doente da cabeça e quer companhia no hospício.

Mesmo que sejam bem perigosas e, muitas vezes letais, não é de doenças sexualmente transmissíveis que eu me referi. Sífilis, aids/sida, gonorréia podem ser evitadas usando camisinha e tratadas com medicação. O buraco é mais profundo, falo das coisas que confundem a razão, das doenças mentais.

Vamos às parafilias! Parafilias são aquelas doenças esquisitas do tipo "eu gosto de apanhar" (masoquismo), "eu gosto de bater" (sadismo), "me amarro num pé" (fetiche), "gosto de escravizar" (dominatrix), "só sinto prazer se você ficar bem quieta" (necrofilia) e por ai vai... Bem, termos esclarecidos, vamos em frente...

As parafilias são claras demostração de como vivemos num mundo bem doente e de como a pornogrfia desse mundo caótico causa perturbações nas cabeças desocupadas dos seus habitantes nada racionais, por vezes. Objetificação e materialismo de abuso são as consequencias de continuarmos a nos comportar como irracionais animais no cio e deixar que esse mundo seja mesmo um grande planeta pornográfico.

A tout a l'houre!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um filme muito amigo


Salut!
Vamos falar de filmes marcantes. Esse eu fui buscar no baú mas falo na mesma porque gosto muito: Filadélfia. As novas gerações e as antigas que não conhecem esse filme tratem de resolver essa falha na sua bagagem filmográfica, por favor, porque essa película exala arte e sensibilidade. Não vou contar muito da história, prefiro que descubram isso sozinhos, mas vou falar sobre os sentimentos que ela desperta.

Antes de mais nada quero deixar bem claro que eu não sou uma crítica de filmes, muito menos de arte. Entretanto acredito que, tendo sensibilidade e conhecimento, posso muito bem tecer alguns comentários sobre as artes que vejo e me comovem.

Filadélfia é um filme indescutivelmente marcante, quem viu sabe do que eu falo e entende a comoção que causa o personagem vivido por Tom Hanks e a honestidade que transparece de Denzel Washington, dois atores extraordinários que defloram emoções intensas e polêmicas. Polêmicos também são os temas abordados no longa-metragem, aids, homossexualismo, ética trabalhista, precoceito sexual e racial, aceitação familiar de diferenças.

Tantas pautas representadas em cenas de apertar o coração a dar um nó na boca do estômago. Uma dessas cenas se não arranca prantos ao menos libera suspiros quando Andrew Beckett (Tom Hanks) apresenta a Joe Miller (Denzel Washington) a voz profunda de Maria Callas. Outra tensa e incrível ambientada numa biblioteca desperta compaixão pela situação dos personagens. Outra, Miguel Alvare (Antonio Bandeiras) desesperado no hospital. Mais outra, constrangedoramente verdadeira, quando Andrew pede ajuda a Joe em seu escritóriio de advocacia. E ainda outra na casa da família de Andrew, linda e comovente.

São cenas que transformam o filme inteiro num turbilhão bem equilibrado de emoções e mensagens claras o diretor (Jonathan Demme) passou aquilo que queria, uma história de amor, aceitação e respeito, de forma meticulosamente orquestrada. Ao fazê-lo, transforma atores cenários e músicas em instrumentosnafinados com os temas e executados com destreza.

Sim, Filadélfia apaixona, encanta, envolve e faz raciocinar sobre como evemos encarar a vida e seus intepéries. Tudo em sincronia.

E a música tema é perfeita ("The streets of Philadelfia" de Bruce Sringsteen). Ela age como um outro personagem, um personagem que fica velando pelos outros, aconchegando suas dores, embalando seus corações e nos fazendo entrar ainda mais nas vidas dos outros pesonagens, chorandopor eles e por nós.
Filadélfia simplesmente.

A tout a l'houre!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Celestes, sexys e poderosas


Salut!

Hoje estava olhando para o céu e pensando que Deus é um senhor mesmo muito paciente, um cara tranquilo e que eu não tolerava nem um milésimo do que ele tolera. Além de pensar em Deus também pensei em todos os anjos que vivemm lá com Ele e em como eles também são zens. O motivo por eu ter pensado tanto nos céus é porque a AXE não me deixa esquecer do assunto.

Quem tem televisão, e usa, provavelmente já deve ter visto um certo comercial da marca de desodorante AXE Excite onde anjos caem literalmente do céu. O motivo? Um certo rapaz que usava o dito desodorante. Até ai nada de mais, é só mais um entre muitos comerciais apelativos que pode ser considerado de muito mau gosto por alguns, o problema é a polêmica que se instaurou nos fóruns da internet por causa do comercial.

Gente de todo o tipo resolveu falar sobre a coisa e tranformou um simples artifício de venda num bode expiatório. Num dos fóruns, um homem foi no no âmago da questão, disse que o problema era de fé e deu um exemplo louco, uma idéia de fazer mulheres de burca correr atrás de um carinha de Maomé, hiláriao mas não acredito que um islâmico pensaria o mesmo.

Bem, como sou jornalista e por extensão uma comunicadora e lamentavelmente tenho que assumir que os meus colegas comunicadores às vezes estrapolam certos limites para conseguir alcançar êxito nas vendas dos produtos que são contratados para promover. Tenho que reconhecer que a idéia dos produtores desse comercial é estupenda mas um pouco agressiva para alguns que não têm uma visão mais liberta dos ensinamentos religiosos. Ter sensibilidade na hora de escolher uma idéia publicitária também faz parte do serviço do comunicador. Apesar de tudo é uma boa peça publicitária digna de ser nomeada em premiações.

Para fazer o comercial tão polêmico, nomeado “The Fall (Angels)” (A queda – Anjos), foram contratados a produtora MJZ (renomeada mundialmente), a BBH (agência inglesa também reconhecida no globo), o dicetor Rupert Sanders, o especilista em efeitos especiais Cedric Nicolas (de "Piratas do Caribe" e "O Chamado") e outras mais de 40 pessoas, entre elas os dublês das modelos contratadas para representarem os anjos sensualmente caídos. Os Anjos são as modelos Magda Klebanska (polonesa), Sara Sampaio (portuguesa), Josipa Jankovic, Josipa Ivanovic e Iva Grdic (crotas) e Betty Adewole e Frances Phillips (inglesas), representadas pela Storm Models (uma das melhores agências do ramo). Já para representar o homem que tem o poder de fazer até anjos cairem só com o cheiro foi chamado o ator Domenico Clores. As imagens foram filmadas na cidade de Split, Croácia, e foi fechada uma das principais praças do centro histórico para as rodagem das filmagens.

Vale a pena ver os anjos cairem. Polêmicas à parte é uma boa peça publicitária e propensa obra de arte.

A tout l'houre!

Desgraças, música despida, dança envergonhada...

Salut!

Cada dia tem a sua própria desgraça, vamos nos concentrar na desgraça de hoje. É disso que quero falar, das desgraças que acontecem nas histórias das nossas múltiplas culturas. Vamos começar pela desgraça que assola a música internacional. Podem me explicar o que acontece com os músicos de hoje?

O que se vê é uma supervalorização do ritmo, deixando a melodia à margem, servindo como mera coadjuvante, empobrecendo a musica (desvolorizando-a como obra artística) e uniformizando a identidade musical de cada vocalista. Esse padrão na elaboração dos álbuns tem trasformado os cantores em personagens secundários do ritmo (novo adorado pelos produtores musicais que geralmente estão mais preocupados com os cofres do que com a qualidade do que vendem). Além disso cantores de todo mundo seguem o padrão "imagem sensual-voz razoável-dancinha animadinha", viraram meros animadores de platéias alienadas em espatáculos frenéticos. Lamentável!

Mas, como eu disse, cada dia tem a sua própria desgraça... Na música internacional é assim que as coisas funcionam, até vocalistas de qualidade (cito Beyoncé, Shakira, Eminem, Justin Timberlake e, porque não, Britney Spears) que poderiam deixar sobressair suas vozes resolveram apelar para a formulazinha fácil de sucesso. Não sou contra a dança, nem contra o uso do corpo para expressão da arte (o teatro, por exemplo nem existiria sem o uso da expressão física) mas sou contra o uso do corpo para atrair a atenção dos apreciadores a temas menos artísticos e nobres.

Agora vamos aos trópicos. Não quero depreciar os ritmos tropicais mas muito da hipervalorização do ritmo se deve a eles. Se eu estivesse no Brasil chamaria a coisa toda de bundalização" mas como eu estou em Angola o termo fica assim "rabada". Muita rabada aqui desse lado do Atlântico da mesma forma que na outra margem tem bundada até dizer basta, e, às vezes, nem assim a coisa pára. Gente de Deus! Quem foi que disse que música tem que estar sempre acomanhada de sacolego de quadril? E quem fio que alou que para se dançar tem que se estar quase nu? Não é à toa que os "senhores no Norte" dizem que as "senhoras do Sul" são muito dadas...

Amo de paixão os ritmos mais calientes que os "senhores do Sul" tocam e que as senhoras do Sul dançam tão bem contudo algumas delas exageram e transformam o que poderia ser uma linda dança numa mensagem convidativa e pouco lícita aos menos providos de resistência aos apelos da força da natureza. Dançar é bom mas vamos ver como se dança...

A tout a l'heure!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Viver em Luanda

Salut!

Embora seja a capital de um país a cidade deLuanda não é um lugar fácil de estar. Luanda combina história, contemporaneidade, simplicidade, riqueza, pobreza, ostenação, caos e grandiosidade. É uma cidade a descobrir.

Ao andar por suas confusas ruas percebemos que se trata de uma cidade em construção, um canteiro de obras gigante com grandes sonhos e aspirações de se tornar mais do que umacidade moderna. Quer ser uma metrópole, digna de ser chamada capital. Quer condizer com a riqueza que se abriga no subsolo de sua nação. Quer ser mais do que é. Quer evoluir para impressionar os que a visitam. Quer espalhar a imagem que seus governantes vendem. Quer alcançar os céus e ser babel como tantas outras já o são.

Mas viver em costrução não é fácil, pelo contrário, é incómodo e cansativo. A beleza de seus painéis iluminados durante a noite é conseguida às custas de desvios tortuantes nos passeios de seus prédios modernos e recém-construídos. As fachadas espelhadas não escondemas camadas sem fim de areia que acumula nas vis lotadas de carros grandes demais para o tamanho da cidade.

Sim, Luande é grande, mas só em vontades e anseios, ainda não cresceu o suficiente para a ânsia de seus habitantes. O pouco espaço de circulação motorizada é constante motivo de lamento, bem como a falta de espaço de parqueamento. Muito carro e muito poucas vagas, prova de que o consumismo atinge qualquer lugar onde a tecnologia se apresente. Muito carro, mas poucos coletivos, poucos coletivos e de muito pouca qualidade.

A cidade quer crescer mas ainda não sabe como, não conhece os passos que levam uma pequena capital de ex-colónia a uma ser uma metrópole nacional, arranha-céus apenas elevam a cidade, fazendo fugir do chão os problemas cotidianos e os levam para o cimo das edificações, puro crescimento físico vertical. Crescer em altitute, embora requeira certo nível de inteligência e boa quantia monetária não é grande mérito, há de se crescer em outros sentidos para conseguir real reconhecimento. Há de se crescer.

Por ora é só.
A tout a l'heure!